Representantes do MPT e do MPES ministram palestra no I Encontro de Segurança, Meio Ambiente e Saúde do Ifes

O procurador do Trabalho Bruno Gomes Borges da Fonseca e a promotora de Justiça do Ministério Público Estadual, Isabela de Deus, estiveram presentes no I Encontro de Segurança, Meio Ambiente e Saúde, realizado no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), na tarde dessa quinta-feira (10/11). Os membros foram convidados para proferir a palestra "Trabalho e meio ambiente: a relação orgânica entre ser humano e natureza".

Durante a palestra, o procurador Bruno Gomes abordou conceitos de trabalho, a importância do trabalho humano na sociedade, tratou de perspectivas do ser humano como ser biológico e como ser social, bem como mencionou os processos de trabalho no modo de produção capitalista. Segundo o palestrante, “o trabalho foi desvirtuado em razão da nossa maneira de produzir. A partir do momento que nós adotamos o modelo baseado na exploração do trabalho. Aquela ideia de trabalho emancipador, como produtor de trabalhos de uso, como trabalho que traz progresso, é descartado. Apenas trabalhamos para sobreviver”, explicou.

Ele ainda acrescentou que o novo modelo de trabalho precisa do excesso de jornada, de hora extra, dos assédios moral e sexual, de metas inalcançáveis, da terceirização e da flexibilização.

Já a promotora de Justiça Isabela de Deus esclareceu a relação entre homem e modo de produção do sistema capitalista. De acordo com ela, “o neoliberalismo e o capitalismo, na sua vocação ainda mais globalizada, vão trazer consequências no âmbito da natureza e reflexos no âmbito social.

Ela também alertou que as populações indígenas, tradicionais, ribeirinhas estão sendo obrigadas a adotar a vocação de um modelo de produção não almejado, e a deixarem de lado seus modos de ser, fazer e viver. Como exemplo, ela citou os prejuízos causados pelo rompimento da barragem de Fundão para a população ribeirinha de Minas Gerais e do Espírito Santo.

“O caso da Samarco infelizmente representou o maior desastre ambiental brasileiro, fruto de uma ganância e de processos intensos de elevação do capital, que considera a categoria econômica em detrimento do ser humano e da necessidade que ele tem de manter com a natureza uma relação de complementariedade. A natureza foi completamente destruída, todas populações do em torno sofreram e estão a sofrer. A natureza não se recompõe a partir da categoria econômica. Ela tem um processo natural de restauração e de capacidade de retomada dos seus ciclos. Ela não está sujeita à lógica que esse modelo de produção implantou”, lamentou a palestrante.

O Encontro continua com uma série de palestras, oficinais e estandes durante esta sexta-feira, das 14h às 21h, e no sábado, das 9h às 13h.

 

 

Confira alguns momentos:

 

 

 

 

 

 

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