MPT se reúne com representantes de Federações e pescadores nesta terça-feira

 

O Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo (MPT-ES) realizou duas audiências na tarde desta terça-feira, dia 17 de novembro, na sede Procuradoria do Trabalho no Município de Colatina. O objetivo era debater sobre os danos gerados aos trabalhadores e à população dos municípios atingidos com o rompimento da barragem da Samarco em Minas Gerais, bem como adotar medidas emergenciais para minimizar o impacto.

O procurador do Trabalho Bruno Gomes Borges da Fonseca se reuniu com representantes de Federações durante o primeiro momento. Na segunda audiência, foi a vez de associações, colônias e sindicatos de pescadores dos municípios de Colatina, Linhares e Baixo Guandu.

Federações aceitam proposta do MPT

Os representantes da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) e da Federação da Agricultura do Estado Espírito Santo (Faes) aprovaram a iniciativa e afirmaram que acolherão a proposta do órgão ministerial.

Eles discutiram assuntos relacionados à suspensão da captação de água no Rio Doce em decorrência do rompimento de barragens da Samarco em Minas Gerais. Outro ponto abordado diz respeito à necessidade de obter água, em quantidade superior ao normal, para manter o processo produtivo nas empresas.

 De acordo com o procurador, O MPT tem receio de que esses empregadores eventualmente resolvam suspender suas atividades em razão da falta de água e, consequentemente, decidam rescindir os contratos de trabalho, o que contribuiria para aumentar o dano socioambiental.

As três federações se comprometeram a identificar as empresas que necessitam de uma quantidade de água acima do normal durante o exercício da atividade laborativa. Além de se responsabilizarem a entrar em contato direto com a Samarco para solicitar o fornecimento de água, com o intuito de evitar o rompimento dos contratos de trabalho.

A Findes comentou que já vem tomando providências; a Fecomércio informou que manterá contato com os representantes de supermercados da região; e a Faes registrou que a situação anterior à chegada da lama já era dramática, em razão da seca, mas agora tende a se agravar.

Pescadores pedem providências para garantir o sustento

Associações, colônias e sindicatos de pescadores dos municípios de Colatina, Linhares e Baixo Guandu discutiram a questão dos danos gerados em razão da poluição da água do Rio Doce após o desastre ambiental.

Os representantes dos pescadores e dos carroceiros afirmaram categoricamente a impossibilidade de trabalharem em decorrência dos danos ao Rio Doce. Algumas agremiações relataram que ninguém mais quer peixe. Mesmo os peixes pescados anteriormente ao dano ambiental estão sem serem vendidos. Eles alegam que as pessoas comentam que as águas estão poluídas e os peixes contaminados. Por esses motivos a situação dos pescadores está cada vez mais prejudicada.

Houve a proposta de reinserção no mercado de trabalho, entretanto, as agremiações e os pescadores descartaram a possibilidade de receberem cursos e treinamentos para exercício de outra atividade, pois gostam e sabem, em sua maioria, apenas pescar. Além da renda mensal, desejam ajuda com alimentação e cursos para seus filhos.

Um desejo dos participantes é que a mineradora Samarco implemente um canal efetivo de comunicação com os pescadores e marque uma reunião com os representantes das agremiações. Além disso, eles solicitam maior empenho da mineradora e dos órgãos ambientais na captura dos peixes para formação do banco genético.

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