Educadores de Baixo Guandu e Itaguaçu são capacitados para o “MPT na Escola”

O Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo (MPT-ES), em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Baixo Guandu, realizou o projeto “MPT na Escola” nesta segunda-feira (30). O procurador do Trabalho Marcos Mauro Rodrigues Buzato, a juíza do Trabalho Suzane Schulz Ribeiro e o professor Paulo Roberto Gomes de Lima estiveram presentes na capacitação com o intuito de tratar sobre o tema trabalho infantil e direitos de crianças e adolescentes.

Diretores, pedagogos e professores dos municípios de Baixo Guandu e Itaguaçu compareceram à capacitação. Durante o curso, o procurador do Trabalho Marcos Mauro Rodrigues Buzato abordou os mitos e as verdades sobre o trabalho infantil. Destacou-se a importância de desmitificar questões relativas ao trabalho infantil, como: “É melhor trabalhar do que roubar”, “Ele precisa trabalhar para ajudar a família”. Há necessidade de desconstruir o senso comum que aceita e até estimula a entrada precoce de crianças e adolescentes no mercado de trabalho. O ingresso precoce no mercado de trabalho prejudica e impede, na maioria dos casos, os estudos das crianças e adolescentes. O menor tende a ser mal remunerado e sem perspectiva de progressão na carreira.

A juíza do TRT-ES, Suzane Schulz Ribeiro, gestora regional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil, também ministrou uma palestra sobre trabalho infantil. Ela explicou que o trabalho precoce de crianças interfere diretamente em seu desenvolvimento físico, emocional e social. Também foram abordados os tipos de limitações durante o trabalho de adolescentes, conforme legislação trabalhista.

Para encerrar a capacitação, o professor Paulo Roberto Gomes de Lima proferiu a palestra: O brincar das crianças na cultura social das relações de trabalho. Ele interagiu com os convidados, ao empregar brincadeiras, músicas, poemas e teatro durante a sua apresentação. Para desenvolver o senso crítico e reflexivo dos profissionais, o professor entregou um texto do livro “As crianças aprendem o que vivenciam”, de Dorothy Law Nolte:

Se as crianças vivem OUVINDO CRÍTICAS, APRENDEM a CONDENAR.
Se convivem com a HOSTILIDADE, APRENDEM a BRIGAR.
Se as crianças vivem COM MEDO APRENDEM a ser medrosas.
Se as crianças convivem COM A PENA, APRENDEM a ter pena de si mesmas.
Se vivem sendo RIDICULARIZADAS, APRENDEM a ser tímidas.
Se convivem com a INVEJA, APRENDEM a invejar.
Se vivem COM VERGONHA, APRENDEM a sentir culpa.
Se vivem sendo INCENTIVADAS, APRENDEM a ter confiança em si mesmas.
Se as crianças vivenciam a TOLERÂNCIA, APRENDEM a ser pacientes.
Se vivenciam os ELOGIOS, APRENDEM a apreciar.
Se evidenciam a ACEITAÇÃO, APRENDEM a amar.
Se vivenciam a APROVAÇÃO, APRENDEM a gostar de si mesmas
Se vivenciam o RECONHECIMENTO, APRENDEM que é bom TER UM OBJETIVO.
Se as crianças vivem PARTILHANDO, APRENDEM o que é GENEROSIDADE.
Se convivem com a SINCERIDADE, APRENDEM a VERACIDADE.
Se convivem com a EQUIDADE, APRENDEM o que é JUSTIÇA.
Se convivem com a BONDADE e a CONSIDERAÇÃO, APRENDEM o que é RESPEITO.
Se as crianças vivem com SEGURANÇA, APRENDEM a TER CONFIANÇA EM SI MESMAS e NAQUELES QUE A CERCAM.
Se as crianças convivem com a AFABILIDADE e a AMIZADE, APRENDEM que O MUNDO É um BOM LUGAR PARA SE VIVER.

Os profissionais também receberam alguns materiais referentes à atuação do Ministério Público do Trabalho e orientações de como aplicar de forma completa e adequada o projeto “MPT na Escola”. Para o projeto obter êxito, os pedagogos, professores e diretores vão precisar da participação de toda a comunidade dessas duas regiões.

 

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