MPT-ES e TRT-ES tratam do tema “Aprendizagem e motivação para o mercado de trabalho” com jovens aprendizes do Senai

Nessa terça-feira (22), mais de 400 jovens do Programa de Aprendizagem Industrial do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) tiveram a oportunidade de participar do evento “Aprendizagem e motivação para o mercado de trabalho”, no auditório da entidade no Civit, em Serra.

A iniciativa integra o Programa de Combate ao Trabalho Infantil da Justiça do Trabalho, mas contou com a participação do Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo (MPT-ES) visando fortalecer a luta contra a exploração da mão de obra infantil. Estiveram presentes no evento a procuradora do Trabalho Sueli Teixeira Bessa, além das gestoras regionais do Programa, as juízas do Trabalho Suzane Schulz Ribeiro, Rosaly Stange Azevedo e Germana de Morelo.

Durante os períodos da manhã e da tarde os aprendizes foram os verdadeiros protagonistas do evento. Eles participaram das dinâmicas, fizeram perguntas, responderam questionamentos e, inclusive, opinaram a respeito do programa de aprendizagem bem como sobre a exploração do trabalho infantil. No período da manhã também houve o depoimento de um ex-aprendiz da entidade.

No turno vespertino houve a apresentação de vídeos e imagens de criança e adolescentes trabalhando de maneira irregular.  As palestrantes enfatizaram como exercício da atividade laboral sem supervisão e ilegalmente pode prejudicar o desenvolvimento físico e emocional do menor.

“A criança não tem noção do risco. Elas carregam aqueles equipamentos pesadíssimos, um peso muito acima do que elas poderiam e do tamanho delas. Não usam os equipamentos de proteção. E mesmo usando, existe um risco imenso de adquirir doenças em relação ao manuseio dos produtos. Elas já entram no mercado de trabalho doentes. Há casos de adolescentes que começaram a trabalhar precocemente e, aos 18 anos, já estão incapacitados”, explanou a magistrada Rosaly Stange.

As palestras contribuíram para uma mudança de cultura, mostrando aos aprendizes que o trabalho infantil existe e precisa ser eliminado. Como alternativa, é necessário implementar programas de aprendizagem e investir em políticas públicas e, sobretudo, na educação. Uma das adolescentes chegou a comentar que, após a palestra, ela compreendeu a relevância da aprendizagem, pelo fato de o programa adolescente aprendiz possuir uma visão mais abrangente do que ela imaginava. Ainda acrescentou que o conhecimento adquirido durante esse período pode ser colocado em prática lá na frente, no futuro.

Para encerrar a palestra, a procuradora Sueli Bessa deixou uma mensagem emocionante a respeito da sua trajetória de vida. Segundo ela, a educação foi o diferencial. “Por que apenas eu, dentro da minha família, consegui uma carreira que dizem que só rico pode? O que fez a diferença? A educação, o esforço pessoal e o aproveitamento de oportunidades. Em cada lugar no qual eu passei eu tirava tudo que eu podia com perguntas. O conhecimento era a minha sede. Que vocês tenham um exemplo vivo em mim e na doutora Rosaly, da luta pela conquista. Alcançamos Um sonho que talvez não teríamos nem capacidade para sonhar”, relatou.

Confira alguns momentos:

 

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