MPT-ES destina recursos para garantir renda a partir da confecção de máscaras de tecido

A destinação de R$ 36 mil beneficiou 23 mulheres vítimas de violência doméstica ou em vulnerabilidade social

Diante da pandemia do novo coronavírus, solidariedade e união de esforços se multiplicam para proteger quem vive em situação de vulnerabilidade. Pensando nisso, o Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo (MPT-ES), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a Secretaria Municipal de Assistência Social de Vila Velha (Semas) e o Instituto de Inovação Win, desenvolveu o projeto “Proteção Solidária” a partir de uma destinação no valor de R$ 36 mil. A iniciativa permitiu a geração de renda para 23 mulheres vítimas de violência doméstica ou em situação vulnerável. A equipe, formada por costureiras e ajudantes, trabalhou, dentro de sua própria casa, na confecção de máscaras de tecido.

O projeto apoiou, aproximadamente, 115 pessoas, como filhos, pais e demais familiares das profissionais que serão beneficiadas com a renda recebida. Além disso, a iniciativa alcançará e protegerá 4800 pessoas de comunidades vulneráveis dos municípios de Serra, Vila Velha e Cariacica, a partir da distribuição de kits com duas máscaras para cada um, ou seja, totalizando 9600 máscaras.

Segundo a procuradora Sueli Teixeira Bessa, responsável pela destinação, “o projeto possibilitará, neste momento de pandemia, a geração de renda para mulheres que precisam prover o sustento de suas famílias e, ainda, beneficiará inúmeros cidadãos de comunidades mais vulneráveis, os quais terão acesso às máscaras mediante doação”.

Empoderamento - As mulheres que produziram os itens foram selecionadas pelo Instituto de Inovação Win e pelo Centro de Referência no Atendimento Especializado à Mulher em Situação de Violência Doméstica de Vila Velha (Cramvive). Esse público feminino integra o projeto social “Mulheres Superando o Medo”, o qual desenvolve um trabalho de empoderamento, atendimento psicossocial, treinamento de combate à violência doméstica e busca promover a autonomia financeira dessas participantes.

A ajudante de costura, Paula Crizanto da Silva, ficou bem satisfeita em trabalhar neste projeto. “Eu agradeço a oportunidade de participar do projeto Proteção Solidária porque neste momento de pandemia ter uma renda extra é de suma importância para mim e para a minha família. Estou desempregada, tenho dois filhos, então isso me ajuda bastante.

Recomeço - Muitas mudanças podem ocorrer com esse projeto que visa garantir autonomia financeira a vítimas de violência e ajuda a fomentar a economia local. Segundo a coordenadora de Projetos do Instituto Win, Isabel Cristina Vieira da Silva Berlinck, “uma das ajudantes que estava escalada, não pôde comparecer por motivos de saúde.  No entanto, quando chegamos no Senai, no primeiro dia do projeto, recebemos a ligação de uma aluna de um outro projeto nosso. No telefonema, ela pedia um certo valor emprestado, mas oferecemos a oportunidade.  Meia hora depois apareceu lá no local para iniciar. Com o recurso que a Maria Batista dos Santos recebeu do projeto “Proteção Solidária”, ela investiu num pequeno negócio na garagem da casa dela e já conseguiu duplicar o valor que ganhou. O projeto foi a oportunidade de que ela precisava para recomeçar”,  relatou. 

Verba - O recurso financeiro é proveniente de acordo judicial firmado nos autos da Ação Civil Pública (ACP) nº 0110600-90.2008.5.17.0008 (PAJ 000389.2008.17.000/1), devidamente homologado pela Justiça do Trabalho.

Imprimir